sexta-feira, 2 de julho de 2010

Assim eu calo-me






Existe de tudo em todos os extremos.... Há amores nascendo do aroma tímido das rosas e há descrença nutrindo-se do desabrochar pálido de algumas flores apodrecidas.
E aqui, enquanto as considerações tiram uma pauasa a tarde, eu faço de conta. Tento maquiar as razões absurdas das coisas e saciar a loucura com algumas promessas invertidasde um faz de conta.
Sempre num mostrar de dentes programados desenham o sorriso ilusório de um dia inteiro. Misturo algumas tonalidades que facilitam a perfeição e, artificialmente, esquecem as linhas cansadas que traçam minha face.
Faço de conta que formalidades não me incomodam...... Faço de conta que noites mal dormidas não pesam sobre meu fardo. Faço de conta que a solidão não me aflige quando chego em casa e a encontro a esperar-me para uma boa noite.
Faço de conta ouvir vozes demais neste silêncio, abraços calorosos, sorrisos abafados e gargalhadas incontidas seguidas de alguns delirius de amor.
Acho que foi essa falta de pensar em ti que me fez agir assim.
Mas fica tudo em seu lugar no fim da noite, deixo de fazer de conta.
Corro para o espelho suspenso no armario velho e, pelas linhas do reflexo, vejo a exaustão afogada em lágrimas.
Embriagada de anceios e desejos, exausta de tudo calo-me em pensamentos em ti.

Um comentário:

Rívia Petermann disse...

Ooi

De jeito perecido,calo-me também.É como se minhas ideologias não pudessem ser propagadas,por auto-preservação.Me fez pensar nisso...
E o que mais posso dizer?Vale a pena ser relido!

Beijos!